Em 1944 o primeiro governador do Território do Guaporé Aluízio Pinheiro Ferreira criou, através de decreto, um órgão responsável pela segurança pública dos dois únicos municípios Porto Velho e Guajará-Mirim, além das pequenas outras comunidades, em maioria, ribeirinhas.
Numa função mais ou menos de selecionador o funcionário da Ferrovia Madeira-Mamoré, Esron Penha de Menezes (1914/Hhta, Amazonas – 2009/Porto Velho/RO), mudou-se da seção administrativa da EFMM, levando sua máquina de escrever para o local onde era feita a seleção. Ele foi um pouco de tudo na Guarda Territorial (GT) que em 1975 passou a ser a Polícia Militar.O efetivo era usado para desmatamento, tirar lenha, criação de animais, abertura e reparo de estradas, e, à noite, guarda e segurança pública. “Fomos presentes em todos os serviços nos cinco primeiros anos do Território”, lembra Esron (na foto com uniforme de oficial da GT) em seu livro, “Território Federal do Guaporé – Retalhos para a História de Rondônia”, uma “boa viagem” para quem queira saber como foram aqueles anos.
Breve histórico de Aluizio Pinheiro Ferreira:
Filho de Raimundo Nazareno Ferreira e Melquíades Pinheiro Ferreira, Sinhá. Ingressou na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, em 1916. Em 1921 recebeu o posto de aspirante a oficial de artilharia.
Para não se entregarem aos legalistas, alguns revolucionários internaram-se na região do Vale do Rio Madeira. Contemporâneo dos tenentistas, com o fracasso da Revolução de 1924 [contra o presidente Arthur Bernardes] no Amazonas, o 2º tenente Aluízio Ferreira fugiu para o Vale do Rio Guaporé.
Trabalhou na preparação de pelas e na administração do barracão do seringal da empresa Leal & Figueiredo, transferindo-se em seguida para o seringal de Américo Casara, no rio Corumbiara. Conviveu com os índios Macurape, no alto Rio Branco. Pesquisou e estudou a cultura material e imaginária da tribo, escrevendo um memorial: Em Prol do Guaporé.
Após anos de exílio, saudoso da família, em 1928 decidiu apresentar-se às autoridades militares do Comando da 8ª Região Militar, em Belém. Foi detido prisioneiro no 26º BC sob acusação de deserção, relacionada ainda a 1924, e absolvido por unanimidade pelo Conselho Militar de Justiça da 8ª RM. Houve apelação ao Superior Tribunal Militar e a sentença transformou-se em pena de prisão de sete meses, cumprida no quartel do 26º BC.
Ao ser libertado, encontrou-se com o sertanista Rondon que o convidou para assumir a subchefia do posto telegráfico de Santo Antônio do Rio Madeira (a seis quilômetros de Porto Velho), cuja chefia pertencia ao tenente Emanuel Amarante, genro de Rondon.
Com a eclosão da Revolução de 1930, Aluízio seguiu para Belém, onde fora cogitado para interventor do Estado do Pará. Contudo, foi preterido, e o cargo assumido pelo tenente Joaquim Barata. Retornou a Santo Antônio do Rio Madeira e à chefia do posto telegráfico, cujas atribuições o obrigavam a percorrer os rios e sertões da região que viria a ser Rondônia.
Em março de 1930, Aluízio, membro da Comissão Rondon, recebia, em Santo Antônio do Rio Madeira, 40 muares carregados. Marcavam encontro em Porto Amarante, no planalto de Vilhena. “Ele seguiria por Guajará-Mirim, Mamoré, Guaporé e Cabixi; eu seguiria pelo picadão da linha telegráfica com o comboio, atravessando a nado os rios transbordantes e arrebanhando os [índios] Nhambiquaras que encontrasse pelo caminho”, conta Aluízio em crônica.
Foto na solenidade da Posse de Aluízio Pinheiro Ferreira |
Referências:
João Paulo das Virgens
Link foto da Capa: Coronel Aluizio Pinheiro Ferreira
Post: G. Gomes
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