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Desfile de 7 de Setembro na Av. 7 de Setembro em 1924 |
A GUARDA MUNICIPAL DE PORTO VELHO
Para resgatar a existência da nossa Guarda Municipal de Porto Velho, ainda sob ainda pertencente ao Estado do Amazonas, o embrião da Guarda Territorial e chegando hoje a ser a Policia Militar do Estado de Rondônia.
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Relembra o nosso saudoso escritor Esron Penha de Menezes, antes da criação dos Territórios Federais, em Porto Velho o policiamento era feito, quando situações anormais ocorriam, por um destacamento vindo às pressas de Manaus. Normalmente, porém, por dois Guardas Municipais, da Avenida Divisória até a margem do rio por uma Guarda da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. (MENEZES, 1980a, p. 214).
Quando instalou seus galpões na área de Porto Velho, em 1907, a direção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré não permitia interferências na área que considerava sua, mesmo que fossem autoridades em busca de contraventores da lei.
Como naquela ocasião tinha uma população muito pequena e um povo muito ordeiro, dificilmente ocorria algum fato de maior gravidade que as costumeiras ocorrências com os notívagos que se excediam no uso de bebidas alcoólicas e se tomavam de ciúmes das meretrizes. A Ferrovia Madeira Mamoré tinha sua própria Polícia, que nos traz a informação que da Avenida Divisória, até a margem do Rio Madeira, ou seja, na área pertencente a Administração estrangeira da Estrada de Ferro Madeira Mamoré era policiada por um Guarda. (MENEZES, 1980a, p. 214).
A direção da Ferrovia construiu um alambrado demarcando seu território, onde sua própria Polícia agia segundo procedimentos próprios. Ela mantinha os trabalhadores sob forte vigilância, a fim de evitar fugas.
A Polícia da EFMM exercia sobre os trabalhadores um controle rígido quanto a bebidas e mulheres. Esse controle só era burlado quando os trabalhadores se dirigiam para a localidade da Vila de Santo Antônio do Rio Madeira (SILVA, 1991).
No dia 24 de Fevereiro de 1910, o Policial Militar Henrique de Torres Bandeira, foi designado pelo delegado de Polícia de Vila Nova em Mato Grosso, para assumir a direção do policiamento da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, a pedido dos administradores (SILVA,1991).
Para consolidar essa situação foi criada através do Diário Oficial de 03 de Fevereiro de 1915, publicou o ato do Governo do Estado do Amazonas nomeando a 1° fevereiro de 1915 o 1° Tenente da Força Pública daquele Estado, Aristides Leite, Delegado da recém criada Delegacia de Polícia de Porto Velho, em 1° de fevereiro de 1915.
Segundo o escritor Antônio Cantanhede (1950), pelo decreto
n° 05, de 15 de maio de 1915, o Major Fernando Guapindaia de Souza Brejense (1°
Superintendente Municipal de Porto Velho), criava, com o efetivo de quinze (15)
praças, a Guarda Municipal, que teve sua organização definitiva pela Lei n° 15,
de 20 de julho de 1916, do Conselho Municipal.
Sede da então Guarda Territorial na Rua Major Amarante na Arigolândia -Porto Velho
O diretor da Madeira Mamoré também instituiu cobranças de taxas e impostos, concorrendo com a gestão do Major do Exército Brasileiro Guapindaia, cuja administração acabou marcada por conflitos com os administradores estrangeiros da EFMM. Houve ameaça de luta armada e até o sequestro de um funcionário do município, em certa ocasião.
O escritor Silva (1991) em seu livro “Amazônia Porto Velho”, também relatou um episódio em que uma professora local buscava doações para a construção da capela do cemitério dos Inocentes. A professora teria saído recolhendo donativos quando foi mal recebida por ferroviários e portugueses prejudicados em seus interesses. Um deles teria sido preso e metido a ferros anteriormente provocando o maior rancor dos lusos contra o superintendente Major Exercito Brasileiro Fernando Guapindaia de Souza Brejense.
Quando a professora foi desacatada pelos ferroviários, o chefe de Polícia mandou prender outros quatro e também os teria espancados e chicoteado a “umbigo de boi”, desencadeando arruaças durante toda a noite de 19 de novembro de 1915.
A Ferrovia Madeira Mamoré tinha sua própria Polícia, que nos traz a informação que da Avenida Divisória, até a margem do Rio Madeira, ou seja, na área pertencente a Administração estrangeira da Estrada de Ferro Madeira Mamoré era policiada por um Guarda.
Ainda segundo Silva (1991), esse episódio foi o suficiente
para dar início a um levante armado com entrincheiramento na “Casa Seis”,
galpão que ficava ao lado de onde é hoje a Agencia Capitania dos Portos da
Capital. Naquela ocasião, ao invés de tomar as devidas providências, o delegado
de Polícia fugiu da cidade, restando ao Major EB Guapindaia, entrincheirar-se
em sua casa, que ficava onde se construiu a Praça Marechal Rondon.
Devido às constantes perturbações da ordem, como a relatada, conforme Cantanhede (1950), os conflitos ora por influências dos colonos lusos, ora apoiadas pelos representantes locais da Madeira Mamoré, e ainda por instigação de maus brasileiros, o Governo do Amazonas viu-se na necessidade de mandar para Porto Velho um destacamento de Força Policial, ficando desse modo anulada a atuação da Guarda Municipal, do que resultou ter sido ela dissolvida por Decreto n° 07, de 16 de outubro de 1916, do Superintendente.
Às vezes eu fico a imaginar como as coisas aconteciam e tornavam-se para manter os ânimos de bons relacionamentos entre dois distintos seguimentos. Ambas que tinham em administrar progressivamente, um a Estrada de Ferro Madeira Mamoré e o outro o Município do Amazonas.Texto data de: 11.08.2017.
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NÃO DEIXE DE LER: Breve história sobre Aluízio Pinheiro Ferreira
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Referências do Post:
Post: Adm G. Gomes
Home: www.museupcro.blogspot.com
Noticia sugerida Por Milton Berbet
Texto; João Paulo das Virgens
Imagens: Acervo do Estado
THE END
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